
Não me adapto. Não me adapto. Calço o seu sapato. Mas não me adapto. Traço o seu caminho, sigo o seu compasso. Mas não me adapto. Não me adapto. Tomo o seu café, tomo o seu metrô, tomo na cara de cansaço. Não me adapto. Compro o seu sucesso, abraço o meu fracasso. Faço o que cê diz, não faço o que eu faço. Não me adapto. Não me adapto. Tomo o seu remédio, tomo o seu amor, tomo o seu lugar e não me adapto. Não sou daqui, não sou você e não assino esse contrato. Não me adapto. Não me adapto. Eu não me adapto.
O texto e a ilustração de hoje foram inspirados no curta Anima, de Paul Thomas Anderson, como resultado de um desafio feito pelo Pedro Cunha.