Annie

Mantenho os pés constantemente na estrada.
Cabeça erguida e olhos em frente.
Troco o luto pela luta.
Sigo e sigo continuamente adiante.
Se os pés cansam, voo.
Por entre as nuvens, avanço.
Vou até a aventura, não espero ela chegar até mim.
Prolongo os minutos das minhas derradeiras 24 horas.
E danço, sempre – com ou sem música.
Mesmo que porventura eu seja a última de nós.

à Annie Wersching

Antes de você

Fotografia: Angelina Casado

É como o último livro a preencher uma estante. De repente, olhamos para ela e a percebemos completa. Cada um dos exemplares enfileirados como se fossem palavras escolhidas a dedo para compor um poema. Tudo no seu devido lugar. O sentimento é gigante. É uma satisfação cachalote que nos enche de esperança. A possibilidade de ter cada uma daquelas páginas lidas – não por um, mas por todos nós. As traças vão aparecer novamente – não se engane. Mas eu (e você) vamos esmagar uma a uma, espanar o pó com gosto e admirar (hoje e sempre) aquela estante completinha. 

Tudo no seu devido lugar

É como o último livro a preencher uma estante. De repente, olhamos para ela e a percebemos completa. Cada um dos exemplares enfileirados como se fossem palavras escolhidas a dedo para compor um poema. Tudo no seu devido lugar. O sentimento é gigante. É uma satisfação cachalote que nos enche de esperança. A possibilidade de ter cada uma daquelas páginas lidas – não por um, mas por todos nós. As traças vão aparecer novamente – não se engane. Mas eu (e você) vamos esmagar uma a uma, espanar o pó com gosto e admirar (hoje e sempre) aquela estante completinha. 

O fim de uma era

É como um berro que desagasta a voz.
As palavras vão ficando magrinhas,
quebradas, inaudíveis.

A camisa não cabe mais,
o sorriso não abre mais,
eu espero que acabe, mas…

Uma espiadela para trás.
Um carinho no talvez.
E bye bye!

É o capítulo final.
Um salto mortal.
A batata tá sem sal.

Um presente perfeito
para o eu do passado.
Obrigado!

Mas vai
Que essa era
já era.

Machu Picchu

Olho para trás
Há um pedaço de passado
escondido entre as montanhas
Chamam de civilização

Olho para os lados
Há construções de pedra
separando povo e divindades
Chamam de religião

Olho para dentro
Há um sentimento vasto
entrançado em fascínio e desengano
Chamo de revelação

E enfim olho para a frente
Há uma névoa ocultando um caminho
bifurcado entre o legado e a esperança
Chamo de decisão