Fuga nº4: Barro

Seria tão mais fácil fingir que nada aconteceu.
Soterrar a boneca no terreno fértil da memória,
deixar o balão seguir o caminho desgovernado do destino
e aceitar as escolhas do peixinho ao nadar em busca de si.

Mas o trauma é como água na terra.
Cria o barro.
E do barro, vem a perda do equilíbrio,
vem o desmoronamento de quem se é.

Todavia o barro também cria.
Cria objetos, cria arte, cria um lar.
Para esse barro, qual seria a sina?
Está nas mãos de uma menina.

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