
No teu olho, o reflexo de uma casca.
Não sou eu.
É um invólucro todo teu.
Uma imagem que reflete o que pensas de mim.
Não o que reflito eu.
Na tua mente, a silhueta de uma mentira.
Não sou eu.
É uma crosta toda tua.
Um contorno que revela tuas imagens de mim.
Não o que revelo eu.
No meu ser, sinto-me sempre despida.
Sim, sou eu.
É uma vida toda nua.
Mas teus olhos me veem e me cobrem
de cascas
de esperas
de despedidas.
Este texto foi escrito dentro do Desafio da Lagosta, que instigou a equipe do PáginaDois a produzir conteúdo partindo do inusitado tema “lagosta”.