À tia Ruth
A mão da criança no coque
Dedinhos no cabelo, onde cada fio é um segundo
Desmonta o penteado como quem desafia o tempo
A mão do adolescente no pote de azeitonas
Dedos no vidro, onde um olhar carinhoso se esconde
Degusta cada minuto até o caroço
A mão do adulto é ocupada demais
Deduz o tato, o contato e paga o pato
Desvenda a sombra das horas que passaram num sopro
O tempo se aproxima como a água na beira do mar
Discreto e de mansinho e de repente a nos molhar
Desfaz o castelo, o colo e o carinho
Mas a distância entre nós, ela hoje não há
De certo, é isso que o tempo enfim nos dá
Desagua nossos momentos em um só lugar
Linda homenagem!
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Obrigado! Foi minha maneira de me despedir. A distância física acabou me aproximando das lembranças que eu tinha ao lado dela. Beijo!
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