por Cassiano Rodka
Bobo? Eu?
Bobo é você que acorda cedo e se veste pro chefe. Ele não vai notar. E corre pra lá e pra cá para cumprir as ordens em tempo recorde. Ele nem vai perceber. Depois devora o mesmo almoço de sempre sem sequer saborear. Bobo! É, você mesmo, que não experimentou a novidade do cardápio. É o medo de mudar. É o pavor da prova. É o receio do recheio. Então vai! Segue a ser bobo ao cruzar a cidade sem se perder. Olhando sempre pro mesmo lugar, com medo de cair. Mas mais bobo é aquele que não sabe se levantar. E ele vai e pega o carro e corre pra casa. Acelera sem sair do lugar. Sempre reto, sempre a voar. Com uma pressa boba de chegar ao aconchego do lar. Onde a norma que reina é ser o rei do normal. Depois, quando ele vê, já é tarde. Não fez, não foi, não viu. Taí, compadre, o seu show. Bobo? Eu? Você que bobeou!