por Cassiano Rodka
A David Gordon Green, Mathias Eick e, por fim, à Miranda
E quando o caminho não acompanha o passo? E as linhas do mapa passam a ser um emaranhado de possíveis venturas? Nos perdemos do guia e ainda por cima chove, sem falar na névoa. Cadê a estrada de tijolos amarelos? Por onde se esconde o Mestre dos Magos? Até mesmo o piscar crescente e incômodo do taxímetro seria um conforto. Mas o bumerangue foi mais longe do que o alcance da mão e a apatia dos filhos do vizinho vence a vontade de escalar o telhado. Desistir, voltar atrás, sentar e chorar, fingir que não viu… São todas opções. Mas, aqui onde eu vivo, a gente segue em frente. Como um trompete que improvisa costurando os acordes de um piano, nós pegamos um papel-toalha e fazemos dele um coador de café. Um origami de dona de casa, assim como um astuto remendo na calça ou um porta-lápis de garrafa PET. Melhor que vestir o luto no desconforto do fraque. Ou puxar o breque no aborto da luta. Se parece ter fim a via, criamos melodia.