por Cassiano Rodka
Ceifaram-me o coração. Sem dó ou piedade, arrancaram-no do meu peito. Não houve dor ou lágrima. E eu não morri. Ao contrário, senti-me estranhamente mais vivo. E quis vingança. Montei em meu cavalo, determinado em tê-lo de volta. Cavalguei várias terras e, por quase oito meses, enfrentei vários cavaleiros que nada tinham a ver com o tal furto cardíaco. E segui caminho, destruindo vilarejos, derrubando reinados, matando dragões. Até te encontrar. Ali num canto, sem se mover. Coração na mão, pingando no chão. Um rosto sereno, um sorriso leve e uma certeza, então. Não era inimigo o suposto vilão. Mas sim, o único a me estender a mão.